26 de fev. de 2011

ABCDE DO TRAUMA

LIGA ACADÊMICA DO TRAUMA

 



ABCDE DO TRAUMA

A avaliação inicial deve identificar lesões que comprometem a vida do paciente e, simultaneamente, estabelecer condutas para a estabilização das condições vitais e tratamento destas anormalidades. A avaliação segue uma ordem de prioridades e são as mesmas para a criança, adulto, gestantes e idosos.
Este processo se constitui no ABCDE do atendimento ao traumatizado :
A – (Airway) – Vias aéreas e controle da coluna cervical;
B – (Breathing) – Respiração e Ventilação;
C – (Circulation) – Circulação com controle de hemorragia;
D – (Disability) – Exame neurológico sumário;
E – (Exposure) – Exposição com controle da hipotermia.
A avaliação de cada item implica em diagnosticar alterações e tomar decisões concomitante antes de se proceder o passo seguinte.


A – VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA COLUNA CERVICAL

A avaliação das vias aéreas e as condutas que garantem a sua permeabilização é prioritária no trauma.
Principais causas de obstrução de vias aéreas:
- Queda da língua em pacientes inconscientes;
- Presença de corpos estranhos, sangue e restos alimentares;
- Fracturas de face;
- Traumas cervicais – ruptura da laringe e traqueia.
A maneira mais simples de diagnosticar problema com as vias aéreas é através da resposta verbal da vítima, pois estando esta respondendo evidencia-se a permeabilidade das vias. Sinais como agitação, cianose ou respiração ruidosa podem significar obstrução das vias aéreas.
Outra questão importante neste item refere-se a colocação do colar cervical na vítima pois o poli traumatizado até provem o contrário é portador de lesões de coluna cervical.

B – RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO

A primeira etapa do atendimento inicial já discutido apenas garante ao paciente a permeabilidade de suas vias aéreas mas isto não significa que este esteja com ventilação adequada. Sendo assim torna-se fundamental a avaliação das condições ventilatórias do paciente.
A ventilação pode estar prejudicada tanto por obstrução das vias aéreas, como por alterações da mecânica ventilatória ou por depressão do sistema nervoso central.
Formas de diagnosticar problemas de ventilação:
- Observe as incursões torácicas procurando movimentos simétricos de inspiração e expiração. A assimetria sugere fraturas ou tórax flácido;
- Ausculte ambos os hemitórax. Murmúrio vesicular diminuído ou ausente, deve alertar para a possibilidade de existir lesão torácica;
- Frequência respiratória elevada pode indicar falta ar;
- Oxímetro de pulso pode ser um bom aliado apesar de não garantir que a ventilação seja adequada.
Após o diagnóstico de problemas ventilatórios no paciente medidas correctivas devem ser imediatamente tomadas.

C – CIRCULAÇÃO COM CONTROLE DE HEMORRAGIA

A hipovolemia com consequente choque hemorrágico é a pagina causa de morte nas primeiras horas após o trauma. Hipotensão arterial em vítimas de trauma deve ser sempre considerada como consequência de hipovolemia. Alguns parâmetros são de fundamental importância na avaliação inicial e determinação da hipovolemia :
- Nível de consciência;
- Coloração da pele;
- Frequência e amplitude de pulso;
- Perfusão periférica – enchimento capilar menor que 2 segundos é sinal de hipovolemia;
- Pressão arterial;
- Pressão de pulso;
- Sudorese.
Tão importante quanto o diagnóstico do choque hipovolêmico é a determinação do ponto de sangramento. Após a localização da hemorragia medidas de contenção devem ser tomadas a fim de evitar lesões irreversíveis no paciente é até seu óbito.

D – EXAME NEUROLÓGICO

Uma rápida avaliação do estado neurológico deve determinar o nível de consciência e a reatividade pupilar do traumatizado. O rebaixamento do nível de consciência é indicativo de diminuição da oxigenação, lesão direta do encéfalo ou uso de drogas e/ou álcool. Na avaliação inicial, utiliza-se o método AVDI.
A – Alerta;
V – Resposta ao estímulo verbal;
D – Responde ao estímulo doloroso;
I – Irresponsivo aos estímulos.
Inconsciência, resposta motora lateralizada, alteração da função pupilar, estão, frequentemente, relacionadas ao aumento da pressão intracraniana e implicam na necessidade de canulação da via aérea e hiperventilação.
O exame neurológico mais detalhado do paciente deve ser realizado posteriormente e o mesmo deve ser classificado de acordo com a Escala de Coma de Glasgow que irá melhor definir qual o estado neurológico do paciente.

E – EXPOSIÇÃO DO PACIENTE COM CONTROLE DA HIPOTERMIA

O paciente traumatizado deve ser completamente despido para facilitar o exame completo e a determinação de lesões que podem comprometer a sua vida. Para se evitar movimentos e eventual mobilização de fracturas ou luxações, as vestes devem ser cortadas antes da remoção.
A protecção do paciente contra hipotermia é de suma importância, pois cerca de 43% dos pacientes desenvolvem este tipo de alteração durante a fase de atendimento inicial. A hipotermia exerce efeitos deletérios sobre o organismo do traumatizado portanto, deve ser protegido contra o frio através de cobertores aquecidos e infusão de líquidos também aquecidos

Fonte: http://sardoemergencia.no.sapo.pt/abcdedotrauma.htm

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